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Avatar de Helena Venturini

Sou autista e não faço a menor ideia de como começar e manter amizades. Não consigo captar as regras implícitas e aplicá-las na minha vida, da forma como as pessoas típicas parecem fazer. De qualquer forma, como acontece com muitas outras coisas, precisaria de adaptações, mesmo que alguém estivesse disposto a me ensinar as regras de maneira explícita. Por outro lado, sou assexual, sem nenhum interesse em relacionamentos românticos de qualquer tipo, e por vezes é com estranheza que encaro a obsessão de nossa sociedade com relacionamentos românticos, quase como se o ser humano não pudesse viver sem um, quase como se fosse imperativo gostar mais do par romântico que de um amigo. Já ouvi pessoas dizendo que amadureceram muito quando começaram a namorar e sempre sinto certa insegurança com minha vida de solteira, mas será que não podemos amadurecer por meio de nossas amizades?

Sendo autista, talvez o conceito de baixa manutenção afetiva nem faça sentido para mim (precisaria do conceito de amizade atípica, talvez?), mas me parece que dar mais atenção a amigos que a namorados é um ato de rebeldia (e não é muito difícil ser rebelde hoje em dia, não é? Basta dormir 8h por noite, rsrsrs).

Obrigada por me proporcionar essa reflexão!

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Avatar de Juliana Meyer

Quando escuto/leio algo sobre "amizade de baixa manutenção" penso que foi mais uma derrota que tivemos para o capitalismo. Geralmente, os afastamentos ocorrem em razão da sobrecarga da vida, cansaço, indisposição, na necessidade do não-pensar, não-planejar. Aceitar isso e ver menos as pessoas é muito perigoso, ao meu ver, pois nos afasta dos nossos laços, nossas redes, nossa humanidade coletiva, e nos deixa mais à merce do trabalho e sua lógica de produção e alienação. Construir relacionamentos saudáveis para a vida é subversivo!

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