#62 – Trinta e cinco verdades inconsistentes
Em comemoração ao meu aniversário de 35 anos.
1) Seja qual for a pergunta, a resposta está nos olhos de um animal. 2) Ter um nome me protege de muitas coisas. 3) É preciso não cair nas conversas de quem quer vender até o que não pode ser vendido. 4) A causa da inflamação frequentemente interfere na cura. 5) A pele responde a chamados antigos, mesmo quando o resto do corpo garante que não liga mais. 6) Diz muito sobre uma pessoa a forma como ela trata criaturas bem menores e criaturas bem maiores que ela. 7) Aprender a esquecer um pouco é primordial; quem lembra o tempo todo não consegue dançar. 8) Vez ou outra: fazer baixarias. 9) Uma boa forma de acalmar a mente é manter as mãos sempre em movimento. 10) Não é necessário acreditar no primeiro pensamento, os próximos costumam vir mais confiáveis. 11) Inventar historias me protege de muitas coisas. 12) O compromisso com a coerência atravanca diversas ousadias — na dúvida: ir pelo caminho mais absurdo. 13) Estudar o mundo é bom, conhecer o mundo pela língua é ainda melhor. 14) Uma boa forma de acalmar as mãos é responder a chamados antigos. 15) Aprender a sangrar um pouco sem cair em hemorragias é primordial. 16) Vez ou outra: devolver os constrangimentos. 17) Depois dos 30, toda esquisitice será celebrada. 18) Conviver com o desconforto não é sinônimo de aceitar os desconfortos que podem ser evitados. 19) Todo sinal parece uma resposta se você está desesperado o suficiente. 20) Em hipótese alguma, negligenciar as articulações dos joelhos. 21) Em hipótese alguma, terminar relacionamentos por mensagens de texto. 22) Em hipótese alguma, se deixar engolir pela necessidade de acreditar. 23) Na dúvida, correr por fora. 24) É melhor não depositar todas as fichas em um caminho só. 25) Uma boa forma de acalmar as mãos é distraindo os olhos. 26) Lamber o mundo é bom, constrangê-lo é ainda melhor. 27) Ter sempre em mente que em toda conversa há dois idiomas: o seu e o do outro. 28) Perceber que no devagar mora uma beleza que a urgência não é capaz de reproduzir. 29) Depois dos 30, toda coerência é superestimada. 30) É preciso dar a devida importância aos nomes. 31) É preciso dar a devida desimportância aos nomes. 32) Vez ou outra: fingir que não viu. 33) A nudez será honesta, ou não será. 34) Diz muito sobre uma pessoa o que ela diz que diz muito sobre uma pessoa. 35) Seja qual for a pergunta, a resposta está nos dentes de um animal.
Li, assisti, encontrei
✷ Ando lendo: Estado febril (Thaís Campolina); A corneta (Leonora Carrington); O ninho (Bethânia Pires Amaro).
✷ Minha obsessão do momento: a fotógrafa Pia-Paulina Guilmoth.
✷ Uma playlist para dias meio vigorosos, meio empolgantes, meio sombrios, meio alguma-coisa-entre-a-pulsão-de-morte-e-a-de-vida-eu-sei-lá.
✷ E não é que eu descolori a sobrancelha, menina?
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[A Café com caos está em um breve recesso até o dia 19 de janeiro. Até lá, estou enviando alguns textos antigos, muitos deles publicados na minha antiga página do Medium. Em janeiro, voltamos com os textos inéditos!]
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Adorei todas as 35. Parabéns, que seja um novo ciclo lindo.
algumas ressoaram demais comigo, mexeram com chamados antigos presentes e futuros