[Para ler ouvindo: Purgatory blues – Juliette and the Licks] Se tem um tipo de personagem pelo qual eu tenho um carinho gratuito, é o personagem caótico. Ele aparece em muitas narrativas. Sua vida é desorganizada, talvez ele perca prazos com frequência ou tenha dificuldade de manter relacionamentos. Levar uma rotina saudável também não é o forte dele, pelo contrário, esse personagem está sempre mergulhado em algum tipo de excesso. E também em algum tipo de falta. Muitas vezes, é visto como um fracassado, alguém que deu errado na vida, que não seguiu o caminho esperado. As pessoas ao redor costumam achar ele cansativo — e, nas narrativas norte-americanas, sempre rola um momento em que alguém grita um sonoro “get your shit together!” na cara dele. Também é comum que, em algum momento da história, descubram que todo esse caos deriva de algum trauma não elaborado.
Também me sinto esquisitona por "ter dado errado" na lógica que pensava na época do ensino médio. É um exercício constante e insistente me dizer que 'tá tudo bem' ser do meu jeitinho - que é o jeito de tanta gente por aí! Tô curiosa com Yellowjackets, vi a dica num vídeo do Thiago Ora (conhece)?
“A diferença é que elas aprenderam a disfarçar melhor, engolir o caos, camuflar o trauma.”
Me lembrei de algumas dicas e métodos de organização doméstica que abusam da técnica de colocar a bagunça em caixas e tirar da vista. Agora sempre verei essas pessoas perfeitas como caixas bonitas ocultando o caos natural.
E pensando em natureza, me pergunto até que ponto os(nós?) caóticos são essenciais a nossa sobrevivência coletiva, já que este temperamento traz muito mais flexibilidade e adaptabilidade.
Oii! Conheci a sua newsletter por esse texto e gostei demais! Já me inscrevi aqui :)
Não assisti Yellowjackets ainda, mas toda essa vibe do personagem caótico em contraste com os outros (que parecem ter vidas bem resolvidas dentro do que a sociedade espera, só que na verdade não é bem assim haha) me fez lembrar muito o filme Microhabitat, já assistiu?
Voltei pra dizer que assisti a série - impulsionada pela sua escrita - e adorei! Obrigada pela dica
Caos é gostosim porque ele é de verdade!
Também me sinto esquisitona por "ter dado errado" na lógica que pensava na época do ensino médio. É um exercício constante e insistente me dizer que 'tá tudo bem' ser do meu jeitinho - que é o jeito de tanta gente por aí! Tô curiosa com Yellowjackets, vi a dica num vídeo do Thiago Ora (conhece)?
obrigada por essa ode a nós, caóticas! <3
aos errantes !
“A diferença é que elas aprenderam a disfarçar melhor, engolir o caos, camuflar o trauma.”
Me lembrei de algumas dicas e métodos de organização doméstica que abusam da técnica de colocar a bagunça em caixas e tirar da vista. Agora sempre verei essas pessoas perfeitas como caixas bonitas ocultando o caos natural.
E pensando em natureza, me pergunto até que ponto os(nós?) caóticos são essenciais a nossa sobrevivência coletiva, já que este temperamento traz muito mais flexibilidade e adaptabilidade.
Oii! Conheci a sua newsletter por esse texto e gostei demais! Já me inscrevi aqui :)
Não assisti Yellowjackets ainda, mas toda essa vibe do personagem caótico em contraste com os outros (que parecem ter vidas bem resolvidas dentro do que a sociedade espera, só que na verdade não é bem assim haha) me fez lembrar muito o filme Microhabitat, já assistiu?