6 Comentários

Ler esse texto foi receber um abraço apertando, daquele que esmaga os ossinhos, mas libera os nós. Essa busca de validação, junto à síndrome de impostora, me sufoca de tempos em tempos. Obrigada pela libertação.

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Me identifiquei demais com esse texto! Por vezes eu desejo fortemente voltar no passado a fazer escolhas mais "objetivas" no ramo profissional - e olha que tenho uma das profissões que vc citou! Acredito que por ter optado o caminho autônomo, fica mesmo essa esperança de que em algum momento alguém aparecerá estendendo a mão e vai me levar, finalmente, ao caminho certo. Em doze anos de formada, nunca aconteceu - risos, choros. Na estrada das artes e literatura, também não tem acontecido e não sei como raios matar essa sensação, pq sinto que ela atrapalha bastante. A "auto" autorização já rolou, mas parece que falta um a mais... O que será?

beijo.

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Que texto maravilhoso! Eu me sinto assim todo santo dia. Costumo dizer que quando atuava como advogada, já tinha uma existência ali colocada, já tinha um aval imposto na apresentação: prazer, fernanda, advogada. UAU. fernanda já é, porque advogada acompanha o sujeito. No mundo das artes, no entanto, é autosabotagem e comparação dia sim e o outro também. Vamos juntas.

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É sobre isso... não são trajetórias objetivas nem fáceis. As nuances e subjetividades de cada caminho e processo artístico são, ao mesmo tempo, o que nos liberta e aprisiona.

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dez 8, 2022·editado dez 8, 2022

Adorei os insights! Mas tenho pra mim que sempre haverá um nível de angústia, em qualquer caminho que a gente for escolher. Gosto muito da ideia de que a arte está aí para a gente lidar com essas questões que nos atravessam, seja no trabalho, na vida pessoal. Porque sempre teremos coisas nos incomodando, nos deixando ansiosas, não? Um abraço!

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Oi, Maíra!

É impressionante como eu surtei no meu blog pessoal horas atrás exatamente sobre isso, e passei o dia conversando com amigos sobre "o que é lazer"? "O que somos nós além das coisas que fazemos? Não o trabalho, profissão ou formação... o que somos nós sem nada disso?" E PÁ, abri seu e-mail e li essa jóia.

Também sou artista, escritora. Abandonei uma carreira certa, mas sempre estive nas incertezas das ciências humanas... E mesmo que ninguém me critique diretamente, sempre sinto o fantasma do "você deveria estar fazendo algo útil" no meu cangote. Não que a arte seja inútil, ela é essencial. Mas ela não é encaixotável, quantificável, padronizável (a menos que seja algo puramente mercadológico, por atacado, coisa que não quero pra mim). Então ficamos nesse pântano com medo de assumir essa coragem de ser quem somos e esse cansaço de tantas opções, quando é tão mais "lógico" (porque eu não acho simples) ter outras profissões, que trabalham com mais certezas e repetições...

Enfim. Eu salvei seu texto aqui, já li dois dos links indicados. Estou e vou continuar pensando. Que ruim que temos essas angústias, mas que bom que não estamos sozinhas no universo. Já vi aqui comentários de identificação. É importante ver que mais gente assim existe. Dá uma sensação de "há saída".

Beijo!

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